Baphomet foi uma das últimas adições ao panteão demoníaco, mas ele pode se garantir contra qualquer um dos outros lordes demoníacos — especialmente seu odiado inimigo, Yeenoghu.
Out of the Abyss e a saga Rage of Demons abriram as comportas para uma torrente de mal descendendo sobre a 5ª edição de D&D. O Príncipe das Feras, também conhecido como o Rei de Chifres – simboliza esse mal em sua forma mais primitiva.
HISTÓRIAS DA ORIGEM
Baphomet era um dos quatro lordes demoníacos que fizeram a sua estreia no apêndice “Monstros e Itens Mágicos” de As Cavernas Perdidas de Tsojcanth, em 1982. Ele é descrito na aventura como um minotauro (com “o corpo de um ogro” e “uma cabeça de touro”) venerado por outros minotauros, um fato que lhe permitiu subir à categoria de “poder menor” na cosmologia da Grande Roda. Essa primeira aparição também revelou Baphomet como o inimigo do Lorde dos Gnolls Yeenoghu (visto anteriormente no Monster Manual do Advanced Dungeons & Dragons).
Minotauros são um monstro clássico de D&D. Eles apareceram pela primeira vez na caixa original D&D em 1974, depois reapareceram no Monster Manual três anos mais tarde. No entanto, eles nunca preencheram um nicho claro no jogo como goblins, orcs e ogros fizeram. Minotauros tomaram uma rota inesperada para a linha de frente do D&D com o advento da série de aventuras originais de Dragonlance, de 1984 a 1986. Essas aventuras apresentavam minotauros como uma das raças principais e até mesmo apoiando-os para uso como personagem pelo jogador no suplemento Dragonlance Adventures. Os minotauros de Dragonlance continuaram a evoluir nos anos seguintes, particularmente quando minotauros romanescos apareceram no suplemento Time of the Dragon em 1989.
Pelo mesmo período, Baphomet deu aos minotauros outro ponto de entrada para o ecossistema de D&D. O Rei de Chifres ficou um pouco mais detalhado no Manual dos Planos (1987), que descreviam sua casa como um “labirinto infinito” que abrange seu plano abissal e outros. Ele, então, fez sua primeira aparição importante em 1988, na aventura The Throne of Bloodstone, embora ele tenha ficado em segundo plano em relação a Orcus, a estrela do livro. Na aventura, Baphomet é capturado por Orcus, permitindo que os jogadores o libertem depois de negociar com minotauros (em um labirinto, é claro).
OS REINOS E ALÉM
O papel de Baphomet como uma divindade demoníaca invasora muitas vezes foi destaque durante a era da 2ª Edição de AD&D, de 1989 a 2000. Pela primeira vez destacado no Monster Mythology (1992), Baphomet mais tarde fez incursões em Forgotten Realms em Giantcraft (1995), onde ele pegou um novo conjunto de adoradores, os Ogros do Pináculo de Gelo.
O Rei de Chifres também recebeu atenção no cenário Planescape. Planos do Caos (1994) descreveu as Planícies de Gallenshu, uma camada abissal independente que abrigava muitos demônios armanite seguidores de Baphomet. O Lorde Demônio também teve influência na Cidade das Portas, como revelado em In the Cage: A Guide to Sigil (1995). E, claro, ele era uma das divindades de On the Hallowed Land (1996), que revelou que o seu Labirinto Sem Fim enchia o 600º nível do Abismo.
Enquanto isso, o Príncipe das Feras estava montando uma verdadeira coleção de seguidores taurinos. Havia rumores sobre os demônios de chifres bulezau serem criação de Baphomet quando estrearam no Planescape Monstrous Compendium Appendix II (1995). Drizzt Do’Urden Guide to the Underdark (1999) continha a primeira menção da Baphitaur, um híbrido de tiefling-minotauro (embora estatísticas completas para essas criaturas não apareceriam até 2003, no suplemento Subterrâneo para Reinos Esquecidos da terceira edição).
Contudo, Baphomet não se apresentou em aventuras nos últimos dias do AD&D. Em vez disso, o Rei de Chifres ficou encolhido em seu labirinto e esperou.
BAPHOMET HOJE
Baphomet continuou a aparecer principalmente nos suplementos da terceira edição de D&D em diante. Ele não era um dos cinco lordes demoníacos que foram selecionados para aparecer no Book of Vile Darkness em 2002 (embora ele provavelmente tenha ficado furioso, pois seu inimigo mortal Yeenoghu havia sido). Em vez disso, Baphomet fez o seu retorno em Fiendish Codex I: Hordes of the Abyss (2006), que o nomeou como o Príncipe das Feras.
Foi a revista Dragon que deu a Baphomet seu melhor destaque durante os anos da terceira e quarta edição de D&D. Dragon 341 (Março de 2006) dedicou um trecho no Demonomicon de Iggwilv a ele. Esse artigo focou em sua dupla natureza, e revelou que nem mesmo Baphomet sabe se ele era originalmente fera ou humanoide. O Rei de Chifres, em seguida, retornou para uma segunda aparição no Demonomicon em Dragon 369 (novembro de 2008), que descreveu sua natureza na cosmologia do Eixo do Mundo. Esta nova visão sobre Baphomet estabeleceu-o como uma força corruptora na sociedade – um demônio dedicado à extinção da luz da civilização por dentro dela.
Baphomet finalmente retorna nas aventuras deste ano, vinte e sete anos depois de The Throne of Bloodstone. Embora o Príncipe das Feras não desempenhe um grande papel em Out of the Abyss, seus servos aparecem nessa aventura – assim como uma rede de distorcidas passagens do Subterrâneo conhecida como o Labirinto, onde os seguidores do Rei de Chifres esperam a ascensão de seu mestre.
Sobre o Autor
Shannon Appelcline tem jogado RPG desde que seu pai o ensinou com a Caixa Básica de D&D no início da década de 1980. Ele é o editor-chefe da RPGnet e autor de Designers & Dragons, uma publicação de quatro volumes sobre a história da indústria do RPG, contando sobre uma companhia de cada vez.
Link para o artigo original: dnd.wizards.com/articles/features/baphomet-prince-beasts
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